quinta-feira, 22 de março de 2012

Resenha Crítica - Filme "Desejo e Morte"


De acordo com Kanitz, a ambição é tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções para o novo milênio. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como viajar
pelo mundo. No fim da viagem você estará de volta à estaca zero quanto ao dinheiro, mas terá cumprido sua ambição.
O filme Desejo e Morte, escrito por Les Weldon, estrelado pelos atores principais: Patrick Bergin (Taylor Lewie) e Joan Severance (Angela Carter) apresenta um roteiro em torno da morte do primo da prefeita. O caso aparenta-se ser normal e de fácil solução, e tudo leva crer que a esposa é a grande suspeita por apresentar interesse no patrimônio do marido, no valor estimado de seis milhões de dólares mais outros bens. Em uma das provas a promotoria relata sobre um acordo pré-nupcial cujo mesmo dizia que se ele se divorciasse ela não teria direito a nada, porém se ele morresse, ela teria direito a tudo.
Durante as audiências do julgamento Ângela Carter se mostra uma manipuladora numa tentativa de provar sua inocência ao mesmo tempo de seduzir e induzir a promotoria a encontrar outro suspeito.
Taylor que é o assistente da promotoria busca pistas evidentes para tentar solucionar o caso, porém por já estar envolvido pela “suspeita sedutora” vai até o fim para provar sua inocência. Mesmo criticado por todos, haja vista, ele já ter errado em um caso anterior onde condenou uma inocente que morrera na prisão.
Pondo fim às provas (fita de vídeo com as gravações do dia em que seu marido fora morto), Ângela alcança seu objetivo com a ajuda de Taylor onde somente eles dois sabem que o marido da mesma se suicidou. E para a promotoria o caso é fechado com a morte de um antigo namorado de Ângela, que sabia do suicídio do seu marido, e foi acusado de ter assassinado o primo da prefeita, o cujo mesmo tinha grande interesse nesse dinheiro.
Kanitz relata em seu texto que não há nada de errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter "grandes" ambições. As pessoas mais ambiciosas que conheço não são os pontocom que querem fazer um IPO (sigla de oferta pública inicial de ações) em Nova York. São os líderes de entidades beneficentes do Brasil, que querem "acabar com a pobreza do mundo" ou "eliminar a corrupção do Brasil". Esses, sim, são projetos ambiciosos.
Levando em conta o que podemos entender como ambição, esse tema nos leva a questionar e refletir sobre essa ambição que não é sadia para o ser humano, qual limite da busca pelo dinheiro? Até onde iríamos para conquistar nosso objetivo financeiro? Tais perguntas nos remetem a pensar no que o ser humano é capaz de fazer para conseguir um “status” financeiro e, com isso desencadear perigos e frustrações. O dinheiro pode “cegar” uma pessoa, ela é capaz de até mesmo “matar” outrem para tomar posse desse dinheiro, pois o mundo é capitalista e vive em função do dinheiro, é o que rege sua vida. A sociedade é cruel, você é o que você tem.
A ambição pelo dinheiro é um dos fatores que atingem algumas famílias, de forma frustrante e ameaçadora. Esta ambição muita das vezes faz com que o individuo desconheça o seu próximo, logo, os seus conceitos, ensinamentos e a ética são todos esquecidos.
Retomando as palavras de Kanitz, O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. Por quê? Dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição. Monica Levinski, uma insignificante estagiária na Casa Branca, colocou a ambição na frente da ética, e tirou o Partido Democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, pelo enorme sucesso da economia na sua gestão.
A ética e o auto-controle são fatores importantes para se obter uma vida financeiramente saudável e consciente, sem se esquecer os valores humanos. O dinheiro não pode ser o elemento principal, e sim um fator preponderante para uma vida estável, tranquila, mas sem deixar de lado os valores morais, éticos, sócias e familiares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário