quinta-feira, 22 de março de 2012

Resenha Temática " O inimigo agora é outro"


Os gêneros textuais a serem abordados no decorrer da resenha são: Um texto em forma de entrevista, um filme e   
O assunto a ser discorrido nesta resenha refere-se às milícias que atuam nas favelas do Rio de Janeiro. O motivo da escolha deste tema é uma tentativa de esclarecer o que está por trás desta organização criminosa que reprime pessoas comuns e indefesas desta prática ilícita.
Segundo uma entrevista de Paulo Storani, mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense, ex-Subcomandante do BOPE no Rio de Janeiro e consultor do Filme Tropa de Elite, cedida ao fórum brasileiro de segurança pública, as milícias são organizações de poder paralelo formadas por policiais, ex-policiais, bombeiros, agentes penitenciários e integrantes das Forças Armadas, que extorquem e controlam os moradores das favelas reféns deste sistema.  De acordo com o texto foi feito um levantamento pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco) da Polícia Civil, de 250 comunidades mapeadas no Rio de Janeiro, mais de 100 são controladas pelas milícias. A corporação fez um mapa das comunidades de acordo com a organização que está presente, seja tráfico ou milícia. Ainda segundo a Polícia Civil, mais de 20% da população – ou 1,2 milhões de pessoas vivem em favelas dominadas por traficantes de drogas.
As milícias representam um enorme desafio à segurança pública do Rio de Janeiro. “Utilizando práticas de extorsão, os milicianos impõem seu poder sobre os moradores das comunidades onde se instalam e passam a ter controles sobre a comunidade, tais como: vendas de gás, linha telefônica, internet, TV a Cabo, etc.” Na verdade a população fica refém de pessoas que teoricamente deveriam protegê-las, mas, no entanto fazem completamente o oposto, massacrando, aterrorizando os moradores.
O filme “Tropa de Elite 2” dirigido por José Padilha estrelado por Wagner Moura, mostra a realidade cruel das favelas no Rio de janeiro, onde o inimigo na primeira saga era os traficantes, nesta versão, se torna outro, as milícias. O sistema se reinventa e descobre como lucrar sem o intermédio do tráfico, revelando-se as relações das milícias com o Estado. Com muita crítica o diretor do filme retrata a corrupção da polícia brasileira, mostrando que ninguém é inocente! O BOPE continua a briga contra o Comando Vermelho, desarticulando o poder dessa organização criminosa, em contrapartida abre assim caminho para a máfia da PM carioca e o surgimento das milícias.
No filme é retratada a ascensão de um policial militar corrupto, o Major Rocha. Rocha percebe que, ao eliminar a figura do traficante, ele não estaria deixando de receber a propina que vinha recebendo, mas sim poderia passar a controlar diretamente a comunidade, eliminando assim o intermediário e tendo lucros maiores. Assim, ele e seu grupo passam a comandar uma comunidade. Inicialmente a população favelada pensa que tem uma vida melhor, quando na verdade, são vítimas de policiais corruptos mercenários que ficam cada vez mais ricos à custa da miséria do povo.
No filme “Tropa de Elite 2”, as milícias utilizam muitas vezes ações tão ou mais violentas do que os traficantes para manter seu domínio. “Os milicianos eliminam o terror e implantam o medo e o controle nas pessoas. Observa-se a forma violenta que eles tratam as pessoas que denunciam e que se posicionam contrárias à presença deles. Com medo da represaria a população se sente acuada e com isso evitam denunciar tornando-se “escravos da lei miliciana”.
Foram implantadas no Rio as UPP’s (Unidade de Policia Pacificadora), que são pequenas bases policiais montadas em algumas favelas, porém, atuam somente em favelas que até então eram dominadas pelo tráfico, e não estão implantadas nas favelas onde as milícias atuam segundo Paulo Storani ex-Subcomandante do BOPE no Rio de Janeiro. Um dos males desse sistema é que policia encobre policia, a lei é dura para os menos favorecidos.

No artigo do escritor Admin no site ucho.info – A marca da notícia,  mostra mais uma realidade do Rio de Janeiro em relação as milícias. O deputado estadual pelo PSol do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo deixará o Brasil em companhia da família,  porque está ameaçado de morte por milicianos que dominam perto de trezentas áreas em todo o estado do Rio de Janeiro. O Presidente da CPI das Milícias, que teve lugar na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro em 2008, Marcelo Freixo foi informado recentemente que sua morte fora encomendada por R$ 400 mil. Diante da inoperância das autoridades de segurança do Rio, que não avançam nas investigações, o parlamentar decidiu aceitar a oferta da Anistia Internacional. Diante da falência novamente comprovada do Estado, Marcelo Freixo não teve outra opção que não a de deixar a sua terra natal, como forma de acalmar a própria família e reorganizar a sua segurança pessoal. Outro caso que atenção para esse assunto é de Alexandre Neto, um dos mais experientes policiais fluminenses e delegado, também foi ameaçado pelos próprios colegas de corporação. Certa feita, ao deixar o prédio onde mora, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Alexandre Neto, alvo de uma emboscada, foi duramente metralhado, mas por obra do Criador acabou sobrevivendo.
O Brasil poderia ter outros rumos, a milícia é só mais um dos problemas existentes no nosso País, se não fosse alguns fatores como, por exemplo, os governantes que se aproveitam de situação para fazerem campanha eleitoral e ganhar votos e votos, principalmente em ano de eleições. Ninguém fica de fora desta crítica no Brasil. Nem mesmo os cidadãos comuns, que como eleitores colocam no poder aqueles que infelizmente se envolvem direto ou indiretamente com as milícias, e ainda por cima, lucram às nossas custas. Existem meios para se acabar com essa prática miliciana; um acompanhamento constante por parte do poder público, uma ação policial mais rígida, o próprio governo Estadual e Federal serem mais firmes nas suas ações, mudanças no código penal brasileiro e o mais importante é preciso educar a nossa geração para que no futuro tenhamos cidadãos mais conscientes respeitando o próximo.

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